nas edições anteriores
#270 | Diferenciação na prática
#271 | Cinco insights direto do Web Summit
tempo de leitura: 5 minutos
para entender
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Ontem foi dia do profissional de marketing.
Segundo o ChatGPT,
“O dia 8 de maio é considerado o Dia do Profissional de Marketing no Brasil em homenagem à fundação da Associação Brasileira de Marketing (ABM), que ocorreu exatamente nessa data, em 1978.”
(Mas segundo o site institucional da ABM, a fundação foi em 1971. E nem a própria comemorou aniversário. Vocês tão double-checking o que vem de lá ou é coisa de millennial?)
Seja como for, feliz dia.
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Feliz dia para você que tá sempre aumentando o logo, pra depois diminuir o logo, reajustar o logo e no fim acaba tirando o logo.
Feliz dia para você que se especializa - faz os cursos, lê os livros, ouve os podcasts, mas está sempre ouvindo opiniões de gente de todas as áreas.
Feliz dia para você que tem que entregar resultados consistentes, mas tem que parar tudo para entrar na última trend das redes sociais.
Feliz dia para você que tem que criar campanhas que emocionam e conectam com as pessoas, mas também tem que ter oferta para converter, mensagem da marca para reforçar e QR Code para poder acompanhar.
(E que nunca tem prazo suficiente)
Feliz dia para você que é responsável por estruturar uma estratégia que passa por dezenas de canais, centenas de conteúdos, às vezes milhões de budget, com formatos e regras e comportamentos que mudam a todo momento, só pra ouvir que “está prestes a ser substituído por uma IA”.
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Mas será que está mesmo?
Será mesmo que em plena crise da confiança, crise da atenção, crise do conteúdo, crise de tantas crises, a solução para os negócios é menos pessoas por trás das marcas?
Será mesmo que quando a inteligência artificial pode executar praticamente qualquer coisa em questão de segundos, podendo retratar um produto em Paris ou na feira do bairro, a gente vai delegar intenção além de ação?
Será que a conversa não deveria ser sobre o quanto a gente pode trabalhar melhor, de forma mais direcionada, criativa e saudável, hoje, ao invés de temer pelos nossos empregos no futuro?
Será mesmo que o nosso ir, vir, criar, desconstruir, negociar, aprovar, lançar, aprender e fazer tudo de novo a cada dia, pode ser assim simplesmente automatizado?
Ou será que isso deixa de levar em consideração que consumo é também simbólico, social e muito mais irracional do que gostaríamos?
E que há centenas de anos as pessoas trocam uma coisa pela outra, e o que um dia era baseado em sobreviência hoje é ligado a status, ostentação, exibicionismo e pertencimento?
E que muita coisa já mudou e vai seguir mudando - e muito! Muito rápido! -, mas as pessoas vão continuar consumindo, e isso vai seguir sinalizando valor, e para comunicar esse tipo de valor é preciso entender o contexto?
Um contexto que é confuso, não é lógico, é contraditório, volátil, multigeracional, multissensorial e cheio de nuances e particularidades.
Será mesmo que uma pessoa por trás de uma marca - com a energia para contagiar com a sua ideia, com a criatividade para chamar atenção e com pensamento estratégico para construir algo verdadeiramente consistente e relevante…
Será que é tão facilmente substituível assim?
Neste dia do profissional de marketing, em 2025, eu escolho acreditar que não.
para inspirar
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Essa semana, o Itaú fez a sua própria versão de “Freedom”, do George Michael. E fez mesmo - na primeira vez desde o lançamento dessa música, em 1990, que a letra foi adaptada para uma campanha publicitária. A trilha sonora icônica reforça uma palavra: “Feito”.
Que, numa conexão entre mídia, comunicação e branding, é um reforço da tagline “Feito de futuro”. Que, por sua vez, foi uma evolução de “Feito com você”. Ou seja, mais uma vez essa marca centenária mostra que consistência é também repetição - sem deixar de ser criatividade.
para fazer parte da conversa
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“Eu acho que isso vai redefinir todo o mercado de anúncios”, disse Mark Zuckerberg em uma entrevista. Casualmente, como se não estivesse prestes a gerar inúmeras análises e previsões pessimistas sobre o futuro da mídia e da comunicação. [link]
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Exceto quando estavam falando de bebês reborn ou da confusão das adolescentes no TikTok, o assunto da semana na internet foi o conclave. Claro, pela sua relevância histórica, social e política globalmente. Mas também pela nova dinâmica de participação ativa, que vai de assistir ao filme a opinar nas redes sociais - e até apostar. Alguns destaques:
Um de/para do cinema e da vida real [link]
As ‘bets do conclave’ [link]
E se a fumaça que revela a escolha do Papa fosse branded? [link]
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Com quantas telas se faz uma novela? Entre a TV, o streaming, o Instagram e o TikTok, Vale Tudo tem feito mesmo de tudo para se tornar um hit.
para ler com calma
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Este não é um relatório do que foi dito no SXSW [link]
Nada contra, inclusive baixei vários. Mas este documento, com liderança da MOL Impacto, não é uma descrição das principais palestras de Austin. Ao invés de “o que rolou no SXSW?”, eu e mais quatro mulheres incríveis listamos o que mais nos marcou. Ligamos os pontos e entregamos em forma de insights, recomendações e referências.
Se você quer um olhar plural, original e mais profundo sobre o que teve no festival, baixe o conteúdo gratuitamente pelo link.
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Life at Home [link]
E falando em original e profundo, chegou um dos meus materiais favoritos do ano. A pesquisa “Life at Home”, realizada pela IKEA, traz dados sobre a relação das pessoas com as suas casas. E, consequentemente, com as suas vidas. A última edição explora o desejo de abrir mais espaço para alegria na rotina.
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Como as marcas devem lidar com fatos em meio a tanta desinformação [link]
Este artigo na The Drum defende que a lógica de construção de atributos e comunicação de marca baseada em "razões para acreditar” deve ser substituída por “razões para se importar”.
para mais conteúdo
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para dar um tchau
👋🏼
Em seis anos de newsletter, essa é a primeira vez que essa data comemorativa aparece por aqui. Mas acho que já estava mais do que na hora.
A gente adora criticar o trabalho dos outros e rir do quão incompreendidos nós somos dentro das empresas ou frente aos clientes, mas substituíveis? Será mesmo?
Ou será que não é importante a gente celebrar um pouco a complexidade e infinito potencial do nosso trabalho?
Fiz minha escolha na edição de hoje. Feliz dia :)
- Bia
Amei o texto! Varios insights, muito bem escrito. Gostei especialmente da abordagem sobre o consumo, com boas doses de realidade (pq ta facil ler delirios por ai rsrs). Podemos criticar, podemos nos rebelar, podemos nos deprimir quando, depois do clique, a compra chega e a sensacao boa do comprar se perde, mas nao podemos ignorar que seguiremos consumindo. Nos cabe pensar sobre isso como consumidores e marcas de uma forma mais critica, profunda e inteligente.
🫵🏼❤️🔥